Edmundo contrata assessoria de imagem, muda para São Paulo e diz que errou ao sair do Palmeiras

Um dos maiores jogadores da história recente do futebol brasileiro. E um “craque-problema” fora de campo. Esse rótulo perseguiu o ex-atacante Edmundo ao longo de toda a sua carreira e, até hoje, ainda parece incomodar o “Animal”. Em entrevista à jornalista Sonia Racy, publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S.Paulo, o ex-craque, hoje comentarista da TV Bandeirantes, admite que seu principal erro foi forçar a saída do Palmeiras. Ele também fala sobre a assessoria de imagem que contratou, o filho homossexual e a mudança para São Paulo.

“Quero trabalhar em jornal, rádio, fazer comercial, palestra, livro. Não sei o caminho sozinho, sou ingênuo”, diz, ao responder por que contratou uma empresa para reposicionar sua imagem. “No fim de semana, me ofereceram para jogar um torneio de pôquer de graça. Mas nada é de graça, né? Estava à toa na praia e aceitei. Em dez minutos a notícia estava em um site. É bom? É ruim? Não sei.”

Sobre a decisão de se mudar do Rio para São Paulo, Edmundo demonstra certa mágoa com os aproveitadores de ocasião. “Um: já tenho o trabalho na Band. Dois: aqui (em São Paulo) sou muito querido. Três: sem querer falar mal do Rio, lá tem uma galera que quer se aproveitar, e isso me incomoda. Sou um homem muito puro, aberto, transparente. Aqui tenho amigos mais bem sucedidos do que eu e que tentam me puxar para cima”, diz.

Sobre os erros cometidos na carreira, Edmundo garante que não se arrepende de nada, mas reconhece algumas decisões equivocadas. “Fiz um monte de cagada com a camisa do Palmeiras. Mas a torcida sempre entendeu que era por eu ser dedicado, guerreiro”, afirma.

Sobre a maior besteira cometida, não titubeia: “Cara, foi ter feito de tudo para sair do Palmeiras e ir para o Flamengo. Só pensei na grana, porque tinha 15% para receber na venda. Foi um divisor de águas que me tirou de uma situação em que eu era feliz e não sabia, para um turbilhão.”

Edmundo também falou sobre sua vida pessoal, em especial a respeito de um filho que é homossexual. “Na verdade, ele nunca me falou: ‘Pai, eu sou gay’. Mas claro que não idiota, ele tem aparência total. E vi a mãe dele falando na TV. Mas não muda nada. Respeito e admiro igualmente”, diz. “Tenho muitos amigos gays. Mas é claro que quando é com o outro é mais fácil, mais legal. Quando é na nossa família fica mais difícil. Por mais que não seja preconceituoso, ninguém quer ter um filho homossexual, até pelo preconceito que ele vai sofrer.” 

ESPN.com.br